Contos - Limiar da Sombra - VI
Mais um dia na grande metrópole. Um dia agitado, como outro qualquer. A velocidade e a correria das grandes cidades tinha um poder incrível sobre as pessoas... o poder de tornar a todos comuns... e comum significava não percebido. Era assim que eu passava meus dias. Sem ser percebida, notada. Em meio a massa eu era apenas mais uma e isso servia perfeitamente aos meus propósitos. Não precisaria trabalhar se não quisesse. Mas observar as pessoas em seu dia a dia era algo do qual eu não poderia me privar. Ver o exercício diário da abnegação, a auto-anulação e da perda total do que é realmente prioridade era uma das características mais marcantes de uma grande metrópole. Ali, sentada naquela biblioteca, era possível observar as pessoas, em seus rituais de meditação e concentração, assaltados por devaneios, sonhos e contas a pagar. Em meio aos livros eu me sentia mais uma história. E depois de estar plena, era comum passar um tempo apenas petiscando energias menores, liberadas despercebidamente entre leituras e divagações amargas. E isso tudo era comum, como a história de meus antepassados... ou de meus criadores. Ali, em meio a tantos livros... muitas histórias eram contadas. Muitas alimentavam a imaginação de pobres almas sedentas de um caminho. Muitas contavam falácias sobre como sou. É certo que a verdade não interessa. Ou interessa a poucos. Interessa a mim. Mas a mim não interessa escrever histórias... ou macular a protetora máscara que as histórias teciam sobre mim.
Continua...
Continua...
5 comentários:
Ahhhh! Cadê algo mais intimista sobre o dia dessa grande mulher, cadê???? Beijos e feliz dia para vc! Mulher BATALHADORA!
"E depois de estar plena, era comum passar um tempo apenas petiscando energias menores, liberadas despercebidamente entre leituras e divagações amargas"
Em mim: amargas se forem são com sabor de mel. [risos]
Mas a da personagem... Não sei.
Tá se desenvolvendo bem o conto! (;
Beijos e um feliz 08 de março, lindona. (((:
QUEM MATA A MULHER
Quem mata a mulher
Destrói o começo
O lado da luz que não se vê
É como se alguém tapasse
O infinito pelo avesso.
Quem mata a mulher
não acaba apenas
o que está em carne
e vida.
Mata todas as certezas
do que há de vir.
Confunde sabedoria e força
Mistura amor e forca
E morre no que mata.
Quem mata a mulher
Conclui o futuro
represa a vocação
e a expressão das flores,
Invalida o Ministério das
Minas e Energia.
Amar é ter coragem
De eternizar.
Uns querem amar
Outros querem à margem.
Um beijo
Naeno
Oi Mila, bom dia!!!
Vim fazer uma visitinha rapidinha, só pra marcar o ponto! lol
Que a sua semana seja repleta de sucesso, paz e felicidades!
beijinhos..e até...
E neste, fiquei com gosto de "quero mais".
Estou provando do meu próprio veneno, escrever por partes. Volto no próximo!
Beijos!
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